Vista panorâmica de Gravatá-PE

Vista panorâmica de Gravatá-PE

sexta-feira, 22 de julho de 2016

As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação (NTCIs) nos espaços sociais

Não é a toa que há uma infinidade de trabalhos científicos relacionados às Novas Tecnologias de Comunicação e Informação (NTCIs). Afinal estas inovações estão presentes em nossas vidas tanto no lazer quanto na área profissional. A tendência é ir adiante, o retrocesso não se enquadra nas características das NTCIs e a sociedade acabou adquirindo essas inovações advindas da globalização que além de tornar a população consumidora e usuária das NTCIs redesenhou tendências, comportamentos e hábitos que chamaram a atenção pelo seu caráter dinâmico, atrativo e inovador.

A sociedade em que vivemos é informatizada não há como negar esta realidade. Muitas pessoas   que não nasceram na era digital continuam resistentes ao aprendizado e a linguagem da internet e das tecnologias que surgem, no entanto irão perceber com o passar do tempo que estas mudanças fazem parte de toda sociedade que é dinâmica e que busca evoluir e melhorar a qualidade de vida de sua população. Diante dessa explanação inicial, uma pergunta importante e pertinente deve ser levantada, afinal, as NTCIs trazem mais resultados positivos ou negativos para a sociedade?

Essa questão irá depender basicamente da maneira pela qual se utiliza essas novas tecnologias. Temos vários exemplos em nossa sociedade que nos mostram pontos positivos e negativos. Em relação às redes sociais, as pessoas acabam soltando o freio da direção e expõem demais suas vidas e essa exposição abre espaço para as críticas sobre qualquer comentário postado, comportamento de vida, ou até uma simples foto pode levar centenas de comentários negativos, situação bem frequente principalmente entre as celebridades. Estamos vivendo uma fase onde “a crítica alheia” se encontra presente no espaço virtual que também é o espaço real.

No entanto este é um pequeno exemplo dos pontos negativos das tecnologias de informação e comunicação, poderia listar outros mais, mas prefiro destacar os aspectos positivos que inclusive vem nos proporcionando uma melhoria na qualidade de vida, sim repito, “na qualidade de vida”.

Estas inovações facilitam as ações em sociedade, as pesquisas científicas tornam-se mais viáveis, sem precisar de deslocamento até os documentos e materiais a serem utilizados. O banco, o hospital, a lotérica, a empresa grande ou pequena, a escola, todos estes além de outros espaços sociais se utilizam da tecnologia e da informação para tornar seu trabalho mais eficiente e ágil.

E toda essa evolução, interatividade e dinamismo borbulhando em nossa sociedade não poderia haver algo mais coerente do que ocorrer um reflexo disso no ambiente escolar, espaço este onde tudo começa, onde são formados cidadãos, profissionais e até mesmo professores que irão formar as demais profissões existentes.

As NTCIs facilitaram o trabalho do professor que hoje se utiliza de diversas estratégias de ensino como apresentação de slides com aulas interativas, aplicativos onde o aluno pode manusear e se aprofundar nos estudos, além de uma infinidade de conteúdos científicos que abordam sobre a própria prática do ensino. Uma ótima maneira do professor se aperfeiçoar como profissional. Além disso, não posso deixar de mencionar as faculdades à distância que estão se ampliando, principalmente na área educacional. É a tecnologia levando o conhecimento para os quatro cantos do mundo.

É claro que as NTCIs não são a solução para todos os problemas enfrentados na escola e a sua presença não garantirá a modernização do ensino, pois o que irá trazer inovação é a maneira do professor utilizá-la. Da mesma forma que se afirma que há uma grande quantidade de informações no espaço virtual e que isso é um ponto positivo, temos que ficar em alerta também com “o dilúvio informacional” assim como afirmam Pontuschka; Paganelli e Cacete (2009, p. 263) sobre o excesso de informações, porque muitos conteúdos que circulam a internet não são confiáveis e necessita da observação detalhada do professor.

É muito importante que ocorra na escola a aplicação de uma educação tecnológica eficiente que aborde a ética na internet, os perigos encontrados neste espaço e a melhor forma de acessá-la. As NTCIs estão aí, no alcance da maioria da população mundial, influenciando, facilitando, trazendo evolução, ditando moda, comportamentos. Afinal é necessário que saibamos lidar com tudo isso de uma forma inteligente e responsável, pois muitos pontos positivos podem surgir a partir dessa atitude.

Referência:
PONTUSCHKA, N.N.; PAGANELLI, T.I. ; CACETE, N.H. Para ensinar e aprender   Geografia. 3ª ed. São Paulo. Cortez, 2009.


sábado, 25 de junho de 2016

Reflexões de Fragmentos: O desenvolvimento da Amazônia

Fragmentos extraídos da obra: Bio (sócio) diversidade e empreendedorismo ambiental na Amazônia. Joselito Santos Abrantes. 2002.

... as políticas desenvolvimentistas para a Amazônia, enquanto geradoras e/ou catalisadoras do agravamento de questões como a mineral, a fundiária e a florestal, devem ser avaliadas como resultantes da articulação entre o modelo nacional de crescimento econômico e o processo internacional de acumulação capitalista. Pág. 39.

Em resumo, o modelo de desenvolvimento adotado até hoje e as políticas de desenvolvimento que o acompanham não têm sido coerentes com a ideia de utilizar racionalmente os recursos da Amazônia. Pág. 51

A Amazônia é vista como um fornecedor de matérias-primas para as regiões mais desenvolvidas do Brasil e não se pensa num desenvolvimento endógeno que traga benefícios para a população local. Pág. 51.


A partir destes trechos da obra de Abrantes é possível já ter uma noção do que foi e do que é a Amazônia hoje. Desde o processo de colonização a Amazônia era conhecida como fonte de produtos para exploração e exportação.

A única preocupação política desse período era apenas extrair recursos da floresta e obter lucros. Os benefícios dessa economia capitalista eram direcionados para outras regiões. A Amazônia permaneceu por mais de dois séculos sendo controlada pela corte portuguesa no período colonial que isolava essa região do restante do Brasil, através da aplicação de uma administração distinta.

O que é mais intrigante é que atualmente essa questão de desenvolvimento da Amazônia já deveria ter sido resolvida. Sabemos que muitos avanços ocorreram, mas serão necessários muito mais se formos colocar na balança a rica biodiversidade e sua influência em escala mundial.

Essa visão antiga de que a Amazônia era “apenas” uma região com grande potencial para exploração foi muito prejudicial para a manutenção da floresta e para a própria população que hoje sente a ausência de uma assistência mais eficaz e preocupada com o benefício de ambos: natureza e população.

É necessária uma nova visão sobre a Amazônia, além de uma fauna e flora protegida é importante também a boa qualidade de vida das pessoas que moram, estudam e trabalham na região. Aliás, para a sustentabilidade acontecer na Amazônia a população precisa estar integrada e acolhida em políticas ligadas ao meio ambiente e a sociedade.

No entanto, o que aconteceu durante esses anos foi a implementação de politicas desenvolvimentistas com favorecimento para uma minoria, sempre com uma intenção voltada para os interesses capitalistas, inclusive de outras regiões do país. Esta situação acabou tornando inevitável o desencadeamento de problemas sociais locais.

Vale destacar que o desenvolvimento de uma sociedade acontece quando há um conjunto de fatores que se integram, se articulam caminhando juntos para o mesmo propósito. Isso pode acontecer através de políticas públicas transparentes, que haja realmente a intenção de colocá-las em prática e que sejam principalmente “viáveis”. Esse passo em rumo ao desenvolvimento irá melhorar a qualidade de vida da população e consequentemente bons resultados virão em relação à sustentabilidade da floresta.



           


terça-feira, 31 de maio de 2016

Análise da imagem: Pirâmide etária


Nesta imagem se encontra a pirâmide etária. Trata-se de um gráfico que quantifica o número de habitantes e sua distribuição por sexo e idade. Através dela podemos afirmar se um país é subdesenvolvido ou desenvolvido.

Vamos analisá-la?

·         A base indica a população de jovens: 0 a 14 anos (vermelho) {PEI}
·         No meio se encontra os adultos: 15 a 64 anos (azul) {PEA}
·         No topo estão os idosos: De 65 em diante (amarelo) {PEI}

{PEI} População economicamente inativa. Não exerce atividades remuneradas}
{PEA} População economicamente ativa.  Exerce atividades remuneradas.    
     
   Lado esquerdo= percentual de homens
   Lado direito= percentual de mulheres

A imagem está indicando que a primeira pirâmide pertence ao continente africano e a segunda ao europeu. No entanto se no lugar das indicações dos lugares estivesse a letra A e B e a questão da prova pedisse para você indicar: Qual pirâmide está relacionada ao subdesenvolvimento e ao desenvolvimento?

Vamos entender de uma forma simples.

v  Pirâmide com aspecto triangular, base larga e topo estreito indica grande quantidade de jovens e baixa expectativa de vida, típica de países/continentes subdesenvolvidos. (Terá mais gastos com educação).

v  Base proporcional ao topo indica maior número de idosos e alta expectativa de vida, típica de países/continentes desenvolvidos. (Terá mais gastos com previdência social).

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Preconceito Regional

O Brasil possui uma grande dimensão territorial e para uma melhor gestão dessa extensa área foi dividido em cinco regiões, cada uma delas apresentam características específicas que as diferenciam das outras.

Mas como os brasileiros veem as outras regiões do Brasil?

Infelizmente a visão que as pessoas têm das regiões que não residem é bem superficial e isso acaba estimulando o preconceito regional. Nenhuma região está imune, todas passam por algum preconceito quanto ao sotaque, cultura, religião e modo de vida.

O nordeste vem sendo a região que mais sofre com o preconceito. Ultimamente estão sendo divulgadas através das redes sociais atitudes preconceituosas dos internautas que se escondem por trás das redes sociais. Chega a ser assustador o teor das palavras que algumas pessoas utilizam para falar dos nordestinos.

A seca, a fome, o analfabetismo sempre colocado como tema principal neste preconceito para justificar (segundo o pensamento deles) a superioridade de uma determinada região em relação ao Nordeste brasileiro.

O Nordeste se destaca em várias categorias, mas todas elas acabam sendo desconsideradas por aqueles que não a conhecem de fato, sendo tratada como se não tivesse o direito de se destacar, de crescer e aparecer para o mundo.
Só para ter uma ideia temos uma bela e vasta área costeira que encanta pessoas do mundo inteiro e é a região favorita para as férias dos brasileiros. Temos artistas na música (Gilberto Gil, Dominguinhos) na literatura (Jorge Amado, Ariano Suassuna) na educação (Paulo Freire) na arte Romero Brito. Temos também um grande destaque recente, o piauiense que tirou a maior nota em matemática no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015. Essas são algumas informações sobre a riqueza cultural da região Nordeste.

Um agravante desse preconceito são as mídias televisivas, no entanto é preciso ser mais críticos quando estamos assistindo a TV, pois em muitos casos é criado um estereótipo que fixa na mente das pessoas e a desconstrução dessa visão é bem difícil de eliminar.

 E nós professores, o que podemos fazer para minimizar esse preconceito regional? É importante trabalhar o tema “Regiões do Brasil” de uma forma intensa, destacando a essência dos lugares. A superficialidade na abordagem pode prejudicar no entendimento do aluno sobre as demais regiões ao ponto em que ele só a observa de uma única maneira e essa ideia o companhará até a vida adulta.

A diversidade existente em nosso país deve ser assunto presente em nossas aulas. Não peço que supervalorizem um lugar em detrimento de outros, mas que mostrem os pontos positivos de cada região brasileira, pois assim como todos os lugares tem seus problemas, estes também possuem algo de muito bom para nos mostrar e ensinar.

Abaixo fica a minha dica:

#conheçammaisonorte
#conheçammaisonordeste
#conheçammaisocentro-oeste
#conheçammaisosudeste
#conheçammaisosul

Deixo aqui também um trecho da obra de Paul Claval. Terra dos homens: a geografia. Que expressa bem sobre a diferença dos lugares e a maneira diversificada de ver, ser, sentir e viver dos homens em seus lugares, regiões, áreas.


A experiência geográfica é a diversidade de lugares e de homens. O que passa noutro lugar não se parece com o que se passa aqui. O tempo não passa da mesma forma, ali o ritmo das estações é diferente, as estiagens mais longas, o frio mais intenso, os ventos mais violentos. As pessoas não têm os mesmos reflexos, os mesmos hábitos; eles não falam a mesma língua, não praticam a mesma religião. A alteridade dos homens se acrescenta à novidade e ao exotismo dos lugares.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Um novo ano chega!

O ano de 2015 esta terminando e nos meses que passaram deste ano ocorreram muitos acontecimentos pelo mundo. Fatos ruins, bons, inacreditáveis, engraçados, inesperados, enfim  momentos que muitos querem esquecer ou lembrar por décadas  e décadas.

O mundo em que vivemos hoje nos parece que foi configurado, está curto em relação à distância e ao tempo. Os meses se passam com uma rapidez incrível, isso se explica pela instantaneidade das conexões entres redes e fluxos, além disso a vida das pessoas está cada vez mais sobrecarregada de atividades e de dupla jornada de trabalho.

No entanto quando chega o fim do ano fazemos uma retrospectiva de nossas vidas, analisando o que foi alcançado e o que falta ser conquistado. Novas metas são feitas para a realização de alguns sonhos. E é isso que desejo, que continuemos sonhando e acreditando na conquista de nossos planos, pois quando mantemos o foco, a determinação e a fé em algo que queremos conquistar o resultado sempre é positivo e esplendoroso. Acredite! Vá em frente! Você consegue! Até 2016 com mais reflexões sobre o dinâmico Espaço Geográfico! 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O espaço - tempo em nove momentos históricos

Olá alunos, geógrafos, professores, enfim leitores! Agora é o momento de pensarmos sobre o espaço geográfico, o espaço em que vivemos, trabalhamos, estudamos e fazemos dezenas de outras ações sociais, ambientais, políticas e culturais.
O espaço como já sabemos não é estático e sim dinâmico, ele sempre se encontra em movimento e isso faz com que ocorra uma mudança ao passar dos tempos. É muito importante estudar e pensar com mais calma sobre o espaço geográfico, pois somos cidadãos participantes de um sociedade complexa, precisamos entender nosso papel nesse espaço para podermos agir da melhor forma possível.
(Moreira, 2008) em seu livro Pensar e Ser em Geografia, organiza e descreve nove espaços que foram constituídos ao longo do tempo e da história geográfica.

1° Espaço

Dois acontecimentos marcam o início da história sobre a organização territorial realizada pelo homem e sua relação com o meio, a descoberta do fogo e a agricultura, nessa ordem. Com a descoberta do fogo o homem se protege, se aquece cozinha alimentos entre outras funções que passam a ter um significado importante na transformação do espaço, assim também a agricultura que permite uma nova organização desses espaços. Momento em que o homem passa de nômade a sedentário, permanecendo em suas áreas onde constituem territórios que serão utilizados com finalidade determinada. A partir daí aparecem os primeiros núcleos de povoamento. Estas populações vão criando, adaptando e selecionando os territórios e depois de um tempo há um novo espaço transformado e estabelecido.

2° Espaço

A cidade surge devido ao desenvolvimento da técnica que propicia o excedente agrícola, ou seja, a produção agrícola com a ajuda da técnica produziu uma grande quantidade de produtos que ultrapassavam o consumo doméstico esse excedente permite o desenvolvimento de atividades não agrícolas e a divisão social do trabalho. Na cidade que acaba de surgir os meios de transportes e comunicação passam a ter papel fundamental em relação à circulação dos produtos.

3° Espaço

Trata-se de um espaço vinculado ao poder, a diferenciação social da população, a luta de classes. O Estado surge como instituição. Período escravocrata, com paisagens de latifúndios comandadas pela classe senhorial que domina as outras classes que para estes são inferiores, exercendo poder sobre aquele espaço.

4° Espaço

Desenvolvimento do espaço moderno e da ideia de acumulação que surge devido ao excedente de produção, sendo o Estado o encabeçador desse modelo que passa a estabelecer um padrão de moeda, a diferenciação étnica, religiosa e linguística. E desta uniformização foi criado o território nacional. Outra mudança ocorreu nos meios de transportes terrestres, marítimos e fluviais.

5° Espaço

Ocorre uma mudança ambiental literalmente, período das trocas de longas distâncias de animais e plantas. Antes cada espécie permanecia em seu habitat natural, a partir desse momento há uma mistura de espécies em locais diversos. Cavalos, bois, ovelhas, arroz, café, cana não pertencem mais a uma única paisagem e sim a várias distribuídas no mundo. Isso foi possível pelo aperfeiçoamento nos meios de transportes, essas trocas mudaram tanto as paisagens como o próprio modo de vida dessas populações.

6° Espaço

A revolução industrial surge primeiramente na Inglaterra no século XVIII e vai se espalhando por outros países da Europa, depois passa para América com a representação dos Estados Unidos, logo após outros países europeus aderem a esse meio de produção e no século XX temos o Japão também inovando com a instalação e desenvolvimento da fábrica. E a cidade industrial moderna surge através da inserção das fábricas com suas máquinas à vapor localizadas nas áreas de extração de carvão ou de portos.
Essa nova configuração espacial causa uma crise agrária, ocorrendo disputas entre produtos coloniais e metropolitanos, aliás, os operários que trabalhavam nas indústrias e viviam nas cidades são os camponeses que antes viviam da agricultura.

7° Espaço

Período em que a segunda revolução industrial se espalha por todos os continentes. Em relação à produção de energia, a hidroeletricidade e o petróleo vêm acrescentar e desenvolver ainda mais o espaço. Com a utilização da eletricidade foi garantido uma maior flexibilidade ao território, diferente do carvão que permitia a localização das fábricas apenas em lugares próximos as jazidas. A hidroeletricidade era auto-regulável, possuía um funcionamento fácil com a opção de ligar e desligar as máquinas além de ter um custo menor em relação ao manuseio.
Ao passar do tempo os meios de transporte e comunicação vão tornando os espaços curtos, o mundo fica pequeno, o avião torna as viagens rápidas e seguras. E o rádio e a televisão deixam as pessoas informadas sobre o que acontece na sociedade.

8° Espaço

É através de uma sociedade capitalista que a mídia age em todos os espaços interligando e homogeneizando tudo e todos, ou seja, a identidade nacional, as diferenças culturais, os estilos de vida perdem um pouco a exclusividade. Os gostos, costumes, ações são compartilhados de norte a sul, leste, oeste. Exemplos: usar um tênis Nike, beber Coca-Cola, ter uma conta no Facebook. São ações que antes apenas um determinado lugar tinha o costume de fazer ou utilizar. Hoje as distâncias podem ser quebradas apenas com um clique de um celular, que pode ser encontrado em aldeias de índios e em países com baixo índice de desenvolvimento.

9° Espaço

Três importantes mudanças:
·         A globalização se instala de vez, momento em que há uma organização espacial que já vinha mudando há anos através da técnica e dos avanços nos meios de transporte, comunicação e informação.
·         A complexificação se trata de empresas que se reuniram em uma única organização de um determinado setor. Ex: Complexo agroindustrial
·        A Biorrevolução com dois campos principais: Engenharia genética e a Informática, revolucionando os processamentos produtivos e os meios de transferências. São dois campos que definem bem essa nova produção em uma sociedade globalizada.

Referência:

Moreira, Ruy. 2008. Pensar e ser em Geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto.

sábado, 29 de agosto de 2015

O lado doce e amargo do açúcar


O doce sabor do açúcar nos alimentos é irresistível não é mesmo? Quando criança, esse desejo pelo doce é ainda maior, aliás, nosso primeiro alimento é o leite materno que é doce.
Atualmente somos bombardeados de doces nos supermercados, padarias, lanchonetes, são tantas variedades de formas, cores, perfumes e texturas que acabam chamando a atenção e o apetite de todos.
No entanto todo esse doce do açúcar trouxe momentos amargos na época da colonização de alguns países, um deles foi o Brasil. Para compreendermos melhor vamos voltar no tempo para esclarecer o que aconteceu naquela época.
A primeira atividade econômica no Brasil foi a exploração de pau-brasil, essa atividade se localizava apenas em determinadas regiões da costa litorânea, nesse momento histórico o Brasil não tinha tanto valor geopolítico. 

 Foi quando depois de três décadas da chegada de Cabral, Portugal implantou uma nova estratégia para garantir o domínio de suas terras, evitar possíveis invasões e obter espaço no campo geopolítico. Essa estratégia foi a colonização com objetivo de povoamento, valorização e defesa. Teve seu início com o cultivo da cana-de-açúcar, as características principais da economia colonial canavieira no Brasil são:
  • ·         Grande propriedade
  • ·         A monocultura para exportação
  • ·         Trabalho escravo




 Um das mudanças ocorridas foi a adoção do sistema de capitanias hereditárias para donatários que deveriam povoar, produzir e proteger as terras que foram doadas por Portugal.
A boa aceitação no mercado europeu contribuíram para a escolha da produção açucareira no Brasil, além disso, os portugueses dominavam o cultivo e fabricação do melaço devido experiências anteriores nas ilhas de Cabo Verde, Açores e madeira.
Outro motivo que contribuiu para a escolha da economia canavieira no Brasil foi as condições excelentes para o cultivo, principalmente Pernambuco e Bahia que se tornaram regiões importantes nos séculos XVI e XVII. A região possuía clima quente, chuvas e solo de massapê.
Observando a história da colonização brasileira é possível perceber as divisões de classes sociais de forma hierarquizada: no topo da pirâmide estaria o senhor de engenho, em seguida e logo abaixo os lavradores de cana e os escravos.



No período em que o açúcar esteve no auge e o engenho simbolizava poder, o produto em si era destinado apenas aos senhores de engenho ou transportados para Europa. Ou seja, enquanto nobres saboreavam o doce do açúcar nos alimentos que consumiam, os escravos aqui no Brasil sentiam o sabor amargo da produção açucareira.



Mas, como era o engenho? Como era o trabalho e vida dos escravos trazidos para o Brasil?


O engenho açucareiro se tratava do espaço mais significativo da colônia, era constituída pela casa grande onde morava a família do senhor de engenho; a senzala onde se localizava os escravos; a capela para ações religiosas; estrebarias; oficinas e engenho.


O trabalho escravo na produção de açúcar iniciou com os índios, no entanto no início do século XVII houve uma considerável redução de índios devido à guerra dos colonos e das epidemias que vitimaram muitos deles por causa desses fatos a mão-de-obra indígena foi substituída pela africana.

Os escravos africanos eram trazidos ao Brasil em navios, em média ficavam 600 escravos nos porões escuros, úmidos e quentes, se alimentavam mal, bebiam água suja, era um ambiente insalubre, propício à doenças, muitos não conseguiam sobreviver numa viagem que durava até dois meses e os que sobreviviam eram vendidos nos portos em leilões.

Vieram para o Brasil cerca de 4 milhões de africanos durante três séculos de escravidão. A jornada de trabalho era de 20 horas diárias sem interrupções, quando tentavam fugir eram castigados de forma cruel. Em relação à alimentação dos escravos pode se falar que era bastante precária. A senzala representava o lugar onde os escravos descansavam e não tinham nenhum conforto, a senzala possuía paredes de barro e telhado de sapé.


A escravidão imposta pelos colonizadores foi a representação de um ato desumano. De um lado estavam os senhores de engenhos que colocavam o poder como prioridade para o desenvolvimento da produção e de outro lado os africanos que eram levados de seu país, de sua família, de sua paz para viver e trabalhar de forma precária.

Após a leitura reflita um pouco sobre essa sede hegemônica de vários povos, a divisão de classes, o sofrido trabalho escravo que atualmente se apresenta em outros formatos moldados pelo capitalismo.