Vista panorâmica de Gravatá-PE

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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O espaço - tempo em nove momentos históricos

Olá alunos, geógrafos, professores, enfim leitores! Agora é o momento de pensarmos sobre o espaço geográfico, o espaço em que vivemos, trabalhamos, estudamos e fazemos dezenas de outras ações sociais, ambientais, políticas e culturais.
O espaço como já sabemos não é estático e sim dinâmico, ele sempre se encontra em movimento e isso faz com que ocorra uma mudança ao passar dos tempos. É muito importante estudar e pensar com mais calma sobre o espaço geográfico, pois somos cidadãos participantes de um sociedade complexa, precisamos entender nosso papel nesse espaço para podermos agir da melhor forma possível.
(Moreira, 2008) em seu livro Pensar e Ser em Geografia, organiza e descreve nove espaços que foram constituídos ao longo do tempo e da história geográfica.

1° Espaço

Dois acontecimentos marcam o início da história sobre a organização territorial realizada pelo homem e sua relação com o meio, a descoberta do fogo e a agricultura, nessa ordem. Com a descoberta do fogo o homem se protege, se aquece cozinha alimentos entre outras funções que passam a ter um significado importante na transformação do espaço, assim também a agricultura que permite uma nova organização desses espaços. Momento em que o homem passa de nômade a sedentário, permanecendo em suas áreas onde constituem territórios que serão utilizados com finalidade determinada. A partir daí aparecem os primeiros núcleos de povoamento. Estas populações vão criando, adaptando e selecionando os territórios e depois de um tempo há um novo espaço transformado e estabelecido.

2° Espaço

A cidade surge devido ao desenvolvimento da técnica que propicia o excedente agrícola, ou seja, a produção agrícola com a ajuda da técnica produziu uma grande quantidade de produtos que ultrapassavam o consumo doméstico esse excedente permite o desenvolvimento de atividades não agrícolas e a divisão social do trabalho. Na cidade que acaba de surgir os meios de transportes e comunicação passam a ter papel fundamental em relação à circulação dos produtos.

3° Espaço

Trata-se de um espaço vinculado ao poder, a diferenciação social da população, a luta de classes. O Estado surge como instituição. Período escravocrata, com paisagens de latifúndios comandadas pela classe senhorial que domina as outras classes que para estes são inferiores, exercendo poder sobre aquele espaço.

4° Espaço

Desenvolvimento do espaço moderno e da ideia de acumulação que surge devido ao excedente de produção, sendo o Estado o encabeçador desse modelo que passa a estabelecer um padrão de moeda, a diferenciação étnica, religiosa e linguística. E desta uniformização foi criado o território nacional. Outra mudança ocorreu nos meios de transportes terrestres, marítimos e fluviais.

5° Espaço

Ocorre uma mudança ambiental literalmente, período das trocas de longas distâncias de animais e plantas. Antes cada espécie permanecia em seu habitat natural, a partir desse momento há uma mistura de espécies em locais diversos. Cavalos, bois, ovelhas, arroz, café, cana não pertencem mais a uma única paisagem e sim a várias distribuídas no mundo. Isso foi possível pelo aperfeiçoamento nos meios de transportes, essas trocas mudaram tanto as paisagens como o próprio modo de vida dessas populações.

6° Espaço

A revolução industrial surge primeiramente na Inglaterra no século XVIII e vai se espalhando por outros países da Europa, depois passa para América com a representação dos Estados Unidos, logo após outros países europeus aderem a esse meio de produção e no século XX temos o Japão também inovando com a instalação e desenvolvimento da fábrica. E a cidade industrial moderna surge através da inserção das fábricas com suas máquinas à vapor localizadas nas áreas de extração de carvão ou de portos.
Essa nova configuração espacial causa uma crise agrária, ocorrendo disputas entre produtos coloniais e metropolitanos, aliás, os operários que trabalhavam nas indústrias e viviam nas cidades são os camponeses que antes viviam da agricultura.

7° Espaço

Período em que a segunda revolução industrial se espalha por todos os continentes. Em relação à produção de energia, a hidroeletricidade e o petróleo vêm acrescentar e desenvolver ainda mais o espaço. Com a utilização da eletricidade foi garantido uma maior flexibilidade ao território, diferente do carvão que permitia a localização das fábricas apenas em lugares próximos as jazidas. A hidroeletricidade era auto-regulável, possuía um funcionamento fácil com a opção de ligar e desligar as máquinas além de ter um custo menor em relação ao manuseio.
Ao passar do tempo os meios de transporte e comunicação vão tornando os espaços curtos, o mundo fica pequeno, o avião torna as viagens rápidas e seguras. E o rádio e a televisão deixam as pessoas informadas sobre o que acontece na sociedade.

8° Espaço

É através de uma sociedade capitalista que a mídia age em todos os espaços interligando e homogeneizando tudo e todos, ou seja, a identidade nacional, as diferenças culturais, os estilos de vida perdem um pouco a exclusividade. Os gostos, costumes, ações são compartilhados de norte a sul, leste, oeste. Exemplos: usar um tênis Nike, beber Coca-Cola, ter uma conta no Facebook. São ações que antes apenas um determinado lugar tinha o costume de fazer ou utilizar. Hoje as distâncias podem ser quebradas apenas com um clique de um celular, que pode ser encontrado em aldeias de índios e em países com baixo índice de desenvolvimento.

9° Espaço

Três importantes mudanças:
·         A globalização se instala de vez, momento em que há uma organização espacial que já vinha mudando há anos através da técnica e dos avanços nos meios de transporte, comunicação e informação.
·         A complexificação se trata de empresas que se reuniram em uma única organização de um determinado setor. Ex: Complexo agroindustrial
·        A Biorrevolução com dois campos principais: Engenharia genética e a Informática, revolucionando os processamentos produtivos e os meios de transferências. São dois campos que definem bem essa nova produção em uma sociedade globalizada.

Referência:

Moreira, Ruy. 2008. Pensar e ser em Geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto.

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