Vista panorâmica de Gravatá-PE

Vista panorâmica de Gravatá-PE

sábado, 25 de junho de 2016

Reflexões de Fragmentos: O desenvolvimento da Amazônia

Fragmentos extraídos da obra: Bio (sócio) diversidade e empreendedorismo ambiental na Amazônia. Joselito Santos Abrantes. 2002.

... as políticas desenvolvimentistas para a Amazônia, enquanto geradoras e/ou catalisadoras do agravamento de questões como a mineral, a fundiária e a florestal, devem ser avaliadas como resultantes da articulação entre o modelo nacional de crescimento econômico e o processo internacional de acumulação capitalista. Pág. 39.

Em resumo, o modelo de desenvolvimento adotado até hoje e as políticas de desenvolvimento que o acompanham não têm sido coerentes com a ideia de utilizar racionalmente os recursos da Amazônia. Pág. 51

A Amazônia é vista como um fornecedor de matérias-primas para as regiões mais desenvolvidas do Brasil e não se pensa num desenvolvimento endógeno que traga benefícios para a população local. Pág. 51.


A partir destes trechos da obra de Abrantes é possível já ter uma noção do que foi e do que é a Amazônia hoje. Desde o processo de colonização a Amazônia era conhecida como fonte de produtos para exploração e exportação.

A única preocupação política desse período era apenas extrair recursos da floresta e obter lucros. Os benefícios dessa economia capitalista eram direcionados para outras regiões. A Amazônia permaneceu por mais de dois séculos sendo controlada pela corte portuguesa no período colonial que isolava essa região do restante do Brasil, através da aplicação de uma administração distinta.

O que é mais intrigante é que atualmente essa questão de desenvolvimento da Amazônia já deveria ter sido resolvida. Sabemos que muitos avanços ocorreram, mas serão necessários muito mais se formos colocar na balança a rica biodiversidade e sua influência em escala mundial.

Essa visão antiga de que a Amazônia era “apenas” uma região com grande potencial para exploração foi muito prejudicial para a manutenção da floresta e para a própria população que hoje sente a ausência de uma assistência mais eficaz e preocupada com o benefício de ambos: natureza e população.

É necessária uma nova visão sobre a Amazônia, além de uma fauna e flora protegida é importante também a boa qualidade de vida das pessoas que moram, estudam e trabalham na região. Aliás, para a sustentabilidade acontecer na Amazônia a população precisa estar integrada e acolhida em políticas ligadas ao meio ambiente e a sociedade.

No entanto, o que aconteceu durante esses anos foi a implementação de politicas desenvolvimentistas com favorecimento para uma minoria, sempre com uma intenção voltada para os interesses capitalistas, inclusive de outras regiões do país. Esta situação acabou tornando inevitável o desencadeamento de problemas sociais locais.

Vale destacar que o desenvolvimento de uma sociedade acontece quando há um conjunto de fatores que se integram, se articulam caminhando juntos para o mesmo propósito. Isso pode acontecer através de políticas públicas transparentes, que haja realmente a intenção de colocá-las em prática e que sejam principalmente “viáveis”. Esse passo em rumo ao desenvolvimento irá melhorar a qualidade de vida da população e consequentemente bons resultados virão em relação à sustentabilidade da floresta.



           


Nenhum comentário:

Postar um comentário