Vista panorâmica de Gravatá-PE

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sábado, 29 de agosto de 2015

O lado doce e amargo do açúcar


O doce sabor do açúcar nos alimentos é irresistível não é mesmo? Quando criança, esse desejo pelo doce é ainda maior, aliás, nosso primeiro alimento é o leite materno que é doce.
Atualmente somos bombardeados de doces nos supermercados, padarias, lanchonetes, são tantas variedades de formas, cores, perfumes e texturas que acabam chamando a atenção e o apetite de todos.
No entanto todo esse doce do açúcar trouxe momentos amargos na época da colonização de alguns países, um deles foi o Brasil. Para compreendermos melhor vamos voltar no tempo para esclarecer o que aconteceu naquela época.
A primeira atividade econômica no Brasil foi a exploração de pau-brasil, essa atividade se localizava apenas em determinadas regiões da costa litorânea, nesse momento histórico o Brasil não tinha tanto valor geopolítico. 

 Foi quando depois de três décadas da chegada de Cabral, Portugal implantou uma nova estratégia para garantir o domínio de suas terras, evitar possíveis invasões e obter espaço no campo geopolítico. Essa estratégia foi a colonização com objetivo de povoamento, valorização e defesa. Teve seu início com o cultivo da cana-de-açúcar, as características principais da economia colonial canavieira no Brasil são:
  • ·         Grande propriedade
  • ·         A monocultura para exportação
  • ·         Trabalho escravo




 Um das mudanças ocorridas foi a adoção do sistema de capitanias hereditárias para donatários que deveriam povoar, produzir e proteger as terras que foram doadas por Portugal.
A boa aceitação no mercado europeu contribuíram para a escolha da produção açucareira no Brasil, além disso, os portugueses dominavam o cultivo e fabricação do melaço devido experiências anteriores nas ilhas de Cabo Verde, Açores e madeira.
Outro motivo que contribuiu para a escolha da economia canavieira no Brasil foi as condições excelentes para o cultivo, principalmente Pernambuco e Bahia que se tornaram regiões importantes nos séculos XVI e XVII. A região possuía clima quente, chuvas e solo de massapê.
Observando a história da colonização brasileira é possível perceber as divisões de classes sociais de forma hierarquizada: no topo da pirâmide estaria o senhor de engenho, em seguida e logo abaixo os lavradores de cana e os escravos.



No período em que o açúcar esteve no auge e o engenho simbolizava poder, o produto em si era destinado apenas aos senhores de engenho ou transportados para Europa. Ou seja, enquanto nobres saboreavam o doce do açúcar nos alimentos que consumiam, os escravos aqui no Brasil sentiam o sabor amargo da produção açucareira.



Mas, como era o engenho? Como era o trabalho e vida dos escravos trazidos para o Brasil?


O engenho açucareiro se tratava do espaço mais significativo da colônia, era constituída pela casa grande onde morava a família do senhor de engenho; a senzala onde se localizava os escravos; a capela para ações religiosas; estrebarias; oficinas e engenho.


O trabalho escravo na produção de açúcar iniciou com os índios, no entanto no início do século XVII houve uma considerável redução de índios devido à guerra dos colonos e das epidemias que vitimaram muitos deles por causa desses fatos a mão-de-obra indígena foi substituída pela africana.

Os escravos africanos eram trazidos ao Brasil em navios, em média ficavam 600 escravos nos porões escuros, úmidos e quentes, se alimentavam mal, bebiam água suja, era um ambiente insalubre, propício à doenças, muitos não conseguiam sobreviver numa viagem que durava até dois meses e os que sobreviviam eram vendidos nos portos em leilões.

Vieram para o Brasil cerca de 4 milhões de africanos durante três séculos de escravidão. A jornada de trabalho era de 20 horas diárias sem interrupções, quando tentavam fugir eram castigados de forma cruel. Em relação à alimentação dos escravos pode se falar que era bastante precária. A senzala representava o lugar onde os escravos descansavam e não tinham nenhum conforto, a senzala possuía paredes de barro e telhado de sapé.


A escravidão imposta pelos colonizadores foi a representação de um ato desumano. De um lado estavam os senhores de engenhos que colocavam o poder como prioridade para o desenvolvimento da produção e de outro lado os africanos que eram levados de seu país, de sua família, de sua paz para viver e trabalhar de forma precária.

Após a leitura reflita um pouco sobre essa sede hegemônica de vários povos, a divisão de classes, o sofrido trabalho escravo que atualmente se apresenta em outros formatos moldados pelo capitalismo.

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