O doce sabor do açúcar nos
alimentos é irresistível não é mesmo? Quando criança, esse desejo pelo doce é
ainda maior, aliás, nosso primeiro alimento é o leite materno que é doce.
Atualmente somos
bombardeados de doces nos supermercados, padarias, lanchonetes, são tantas
variedades de formas, cores, perfumes e texturas que acabam chamando a atenção
e o apetite de todos.
No entanto todo esse doce do
açúcar trouxe momentos amargos na época da colonização de alguns países, um deles
foi o Brasil. Para compreendermos melhor vamos voltar no tempo para esclarecer o
que aconteceu naquela época.
A primeira atividade
econômica no Brasil foi a exploração de pau-brasil, essa atividade se
localizava apenas em determinadas regiões da costa litorânea, nesse momento histórico
o Brasil não tinha tanto valor geopolítico.
- · Grande propriedade
- · A monocultura para exportação
- · Trabalho escravo
A boa aceitação no mercado
europeu contribuíram para a escolha da produção açucareira no Brasil, além
disso, os portugueses dominavam o cultivo e fabricação do melaço devido
experiências anteriores nas ilhas de Cabo Verde, Açores e madeira.
Outro motivo que contribuiu
para a escolha da economia canavieira no Brasil foi as condições excelentes
para o cultivo, principalmente Pernambuco e Bahia que se tornaram regiões
importantes nos séculos XVI e XVII. A região possuía clima quente, chuvas e
solo de massapê.
Observando a história da
colonização brasileira é possível perceber as divisões de classes sociais de
forma hierarquizada: no topo da pirâmide estaria o senhor de engenho, em
seguida e logo abaixo os lavradores de cana e os escravos.
Mas, como era o engenho?
Como era o trabalho e vida dos escravos trazidos para o Brasil?
O engenho açucareiro se
tratava do espaço mais significativo da colônia, era constituída pela casa
grande onde morava a família do senhor de engenho; a senzala onde se localizava
os escravos; a capela para ações religiosas; estrebarias; oficinas e engenho.
O trabalho escravo na
produção de açúcar iniciou com os índios, no entanto no início do século XVII
houve uma considerável redução de índios devido à guerra dos colonos e das epidemias
que vitimaram muitos deles por causa desses fatos a mão-de-obra indígena foi
substituída pela africana.
Os escravos africanos eram
trazidos ao Brasil em navios, em média ficavam 600 escravos nos porões escuros,
úmidos e quentes, se alimentavam mal, bebiam água suja, era um ambiente
insalubre, propício à doenças, muitos não conseguiam sobreviver numa viagem que
durava até dois meses e os que sobreviviam eram vendidos nos portos em leilões.
Vieram para o Brasil cerca
de 4 milhões de africanos durante três séculos de escravidão. A jornada de
trabalho era de 20 horas diárias sem interrupções, quando tentavam fugir eram
castigados de forma cruel. Em relação à alimentação dos escravos pode se falar
que era bastante precária. A senzala representava o lugar onde os escravos descansavam
e não tinham nenhum conforto, a senzala possuía paredes de barro e telhado de
sapé.
A escravidão imposta pelos
colonizadores foi a representação de um ato desumano. De um lado estavam os
senhores de engenhos que colocavam o poder como prioridade para o
desenvolvimento da produção e de outro lado os africanos que eram levados de
seu país, de sua família, de sua paz para viver e trabalhar de forma precária.
Após a leitura reflita um
pouco sobre essa sede hegemônica de vários povos, a divisão de classes, o
sofrido trabalho escravo que atualmente se apresenta em outros formatos moldados pelo capitalismo.