Vista panorâmica de Gravatá-PE

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Flanar: uma visão diferenciada do cotidiano urbano

A palavra vem do francês “flanêur” e se trata de uma expressão utilizada por Charles Baudelaire para definir o comportamento “flanador” de algumas pessoas na cidade de Paris, século XIX.
Então você me pergunta: Mas que comportamento é esse? Posso lhe dizer que flanêur é observar os detalhes mais simples da cidade sem ser percebido, é ter um olhar geográfico, examinar o espaço por onde se caminha. Flanar não é apenas vagar pelas ruas como se não houvesse sentido, mas hipervalorizar o passeio dando significado ao mesmo.
A cidade é um espaço extremamente rico em detalhes, no entanto atualmente é bem raro vermos as pessoas observando os variados estilos artísticos, as pessoas que atuam naquele espaço, geralmente todos estão apressados para chegarem aos seus trabalhos principalmente se residirem em grandes metrópoles.
O caminho que fazemos todos os dias é rotineiro e o percurso se torna automático. Poderemos até ter passado por um mesmo lugar durante anos, chega um dia percebemos a presença de uma árvore que sempre esteve ali, mas você passou a observar sua beleza agora, neste instante.

As atividades de comércio se espalham pelos centros das cidades e junto a esta se encontram o vendedor ambulante, o flanelinha, as edificações ou casas antigas que imprimem histórias marcantes, as diversas lojas, as pessoas a espera do ônibus e a praça que geralmente se encontra no centro de algum lugar movimentado onde passam pessoas indo e vindo. Todos são atuantes dos espaços que frequentam e a partir desta atuação real e constante vão modificando e dando movimento as cidades.

O flanar de hoje adquire uma modernidade trazida pela internet, nas redes sociais, por exemplo. Além da intenção de ver as coisas, as pessoas também querem ser vistas, os encontros de jovens não são mais em pontos fixos ou por questões ideológicas, hoje eles percorrem vários espaços durante a noite e devido a este novo comportamento eles acabam criando uma nova geografia para as cidades, afirma Maria Isabel Mendes de Almeida.
Fica a dica: Vamos observar com mais detalhe o ambiente urbano, pelo qual costumamos caminhar. Como resultado você vai perceber quão rico é este ambiente que antes fazia parte de uma rotina.
E você professor (a) que tal planejar uma aula onde os alunos poderão fazer um exercício de observação e reflexão. Abaixo tenho uma proposta para um plano de aula.

Plano de aula

9° ano    Ensino fundamental     4° ciclo
Duração: 2 aulas

Tema: ambiente urbano e modo de vida.

Justificativa: Despertar no aluno a percepção do meio em que vive.

Objetivos gerais:

Refletir sobre o ambiente urbano
     Compreender o significado de flanar
     Transmitir a sua visão sobre a cidade e suas interações

Objetivos específicos

Identificar problemas urbanos
Interagir com a turma
Debater o tema proposto
Desenvolver a oralidade
Identificar quem atua no espaço urbano
Observar o ambiente em que vive

Etapas previstas:

Primeira etapa:

Iniciar com o texto “Flanar: uma visão diferenciada do cotidiano urbano” fazendo uma leitura reflexiva sobre o tema articulando-o com o ambiente urbano e o modo de vida das pessoas. Incentivar o aluno a falar sobre o que pensa e se tem o costume de observar seu espaço como um típico flanador.
Logo após será proposto uma avaliação na próxima aula, porém a mesma será iniciada durante a semana. Os estudantes terão que se reunir em grupo de cinco integrantes e utilizar a câmera fotográfica ou até mesmo seu celular para registrar durante uma semana diversos ambientes do centro urbano. Com as fotos em mãos os alunos garantem metade da nota, em uma segunda parte e para a obtenção do complemento da nota terão que colar as fotografias em cartazes e apresentar a sua visão sobre a cidade onde serão abordadas cinco importantes questões sobre o espaço urbano e cada estudante do grupo ficará responsável por responder uma questão:

1.    Quem são as pessoas que atuam neste espaço? ( comerciantes, vendedores ambulantes, funcionários públicos...)
2.    Você observou algum problema estrutural no centro urbano de sua cidade?
3.    Como funcionam as relações cotidianas no centro urbano, é dinâmica ou pacata?
4.    O que falta nesta área urbana para que possa facilitar a vida da população?
5.    Qual o ambiente fotografado lhe chamou mais atenção e por quê?
   
      Segunda etapa:

 Segunda aula, apresentação dos trabalhos em grupo.

Metodologia: Aula dinâmica e interativa.  Serão utilizados: o texto Flanar: uma visão diferenciada do cotidiano urbano, fotografias da cidade tiradas pelos próprios alunos e cartazes.

Avaliação: Será proposto um trabalho de apresentação sobre as fotografias tiradas no centro da cidade, porém a avaliação será processual, sendo observada a interação, a observação do aluno sobre assunto, a iniciativa dos estudantes durante todas as etapas da aula.

Referências Bibliográficas:

Barbosa, Adauto Gomes. Geografia urbana IFPE.
Laboratório de Prática de Ensino da Geografia II IFPE
Passos, Fernanda. Gouvêa, Mariana. Tosti, Raphael. Polito, Rodrigo. Acesso em 18/12/2013. http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/media/2%20-%20o%20novo%20fl%C3%A2neur.pdf
PCN Geografia


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O espaço geográfico no ensino e na sociedade


Vivemos em um espaço geográfico repleto de formas, paisagens, climas, vegetações, ambientes naturais e artificiais que atuam de forma dinâmica e complexa. A todo instante deparamos com uma notícia ou episódio que nos permite ter uma visão geográfica e crítica da realidade global. O advento da tecnologia impulsionou a obtenção e troca de informações de forma instantânea sobre todo o globo garantindo a aproximação dos assuntos que fazem parte da sociedade e que acontecem a cada segundo.

A geografia nos permite caminhar por diversos campos do saber, tais como o social, natural, político, cultural entre outros mais. No entanto apesar de sua ampla abordagem, ainda é bastante comum a ideia de que a geografia é uma disciplina mnemônica onde faz uma mera descrição do espaço em que vivemos. Este é um problema que persegue a disciplina até os dias de hoje, portanto deve ser trabalhada de forma mais dinâmica, aproximando o conteúdo da realidade de cada aluno.

À medida que distanciamos o discente da realidade em que ele vive favorecemos a construção de uma geografia estática, decorativa e metódica. Precisamos estimular a criticidade e reflexão em sala de aula sobre os temas que acontecem atualmente. Observar os detalhes que nos cercam e compreender a importância da existência destes fatores em nosso meio se trata de uma ação extremamente rica e cheia de significados, desta forma passaríamos a ver a geografia como realmente deve ser vista, ou seja, dinâmica e conectada ao nosso cotidiano.

Quando falamos em espaço geográfico estamos automaticamente nos referindo à relação do homem com o meio e as diversas transformações ocorridas através desta conexão. O homem constrói e transforma seu espaço e é influenciado por ele, existe uma relação muito próxima, porém quando esta modificação coloca em desequilíbrio o meio em que vive isto se torna preocupante principalmente em relação à sobrevivência de todos.

No entanto a relação homem/meio é importante e inevitável, o que observamos hoje na paisagem se trata do resultado de histórias de um tempo remoto onde ocorreu esta interação e que continua neste momento se transformando.
Podemos observar o espaço geográfico através de várias escalas e recortes espaciais iniciando por um espaço menor, por exemplo, um polo industrial de considerável influência, localizado em um município, dentro de um Estado, da região, do país, do continente e desta forma segue do local para o regional, nacional e global, cada uma com suas particularidades formando o espaço geográfico.

Referências bibliográficas
Bezerra, Anselmo césar Vasconcelos. Neto, José Geraldo Pimentel. Silva, Felippe Luís Maciel da. Vasconcelos, Priscila Batista. Fundamentos da Ciência geográfica. Licenciatura em Geografia IFPE.